25 novembro, 2006

As Passadeiras

Saudações, irmãos.

O meu nome é João Mesquita e eu sou o vosso Irmão Degredo.

Faço parte de todo um conjunto de filósofos que exploram as questões mais intrigantes e pertinentes da actualidade e as explicam através da teoria da essência Degredo.

Digamos que 99% da filosofia não se consegue exprimir por palavras e que permanece oculta no íntimo de cada humano. Eu esforço-me por filosofar questões simples.

Comecemos com a própria palavra: o fonema “filos”, que significa amiga em grego antigo, conhece a expressão “sofia”, que, nesta língua arcaica, é o desígnio de sabedoria. Não é que eu não tenha muitos amigos, e que não conheça muitas Sofias, só que há tantos tipos de sabedoria, e nem todos nos deixam propriamente felizes…

Nas grandes cidades há muitas ruas e muitos carros. Aos peões não é permitida a circulação na estrada, apenas nos passeios. Aqui está um problema: como é que os transeuntes se deslocam de um passeio para o outro?

Franziskaner nunca se interrogou acerca disto porque faz parte da actualidade. Foi aí que algum idiota se lembrou de inventar a passadeira. Uma designação muito pouco original. Mas afinal o que é isto? Tem este nome porque ser o lugar onde os peões “passam”? Trouxe as suas vantagens, de facto...

Mas hão-de reparar que se criou um hábito de atravessar sempre ao lado. Tanto a vinte como a dois metros, nunca no sítio certo… e isto porquê? Porque é uma seca procurar essas faixas brancas? Ou porque simplesmente estão mal colocadas? Deixo o apelo, caros anfitriães.

IRMÃO DEGREDO