17 dezembro, 2006

Cabeceireise F.C.

Olá malta, eu hoje estou aqui presente para vos ensinar que o Degredo não habita só nas pessoas. Também habita e reabilita nas equipas (bem, como era de esperar, as degradantes). E a equipa de hoje é…

(Os adeptos do porto (que apreciam este texto) dizem,
É o PORTO, é o PORTO.

Os adeptos do Benfica (bla bla bla),
Ai é o meu Benfica campeão.

Os do Sporting,
É o Sporting, só pode.)

Voltando ao secante e sequíssimo texto, digo-vos finalmente e sem mais demoras de que clube se trata afinal. É o Atlético Cabeceirense. Este clube é um exemplo de Degredo no futebol, porque é um clube onde o espírito do supremo circula nos jogadores, ou seja, caem, lesionam-se, espancam o arbitro, cortam a relva ao estádio (por mais que não seja preciso porque o estádio é de terra batida) e não têm autocarro, mas estes pormenores não interessam. Esses cavaleiros do falhanço e da morte cerebral temem um dia combater seus rivais:

Dragões Sandinenses,
Pedras Rubras,
Oliveira do Hospital,
Torcatensel,
Merelinense,
Vianense,
Mondinense,
Limianos,
Lousada,
Amares,
Cinfães da beira
E muitos, muitos mais.

Aliados (ou aliado): todos quanto quiserem. Mas na realidade são todos amigos do próximo. OK, talvez um pouquinho e só às vezes. E agora, para rematar, um pequeno hino que eu próprio inventei:

Viva o Cabeceirense,
Viva o campeão,
Vai vitorias e vai derrotas,
Vai tudo desde que demos,
Até ao fim,
No intervalo descansamos,
Comendo sopas de camarão,
E pedindo que os adeptos,
Espanquem o árbitro.

Este é o meu texto. Ah, e se fazem favor, riam-se um bocadinho! É que caso contrário eu serei executado ou escravizado pelo pai Natal, condenado a trabalhar na sua fábrica do Pólo Norte. Pode ser que um dia alguém com uma mente maquiavélica recrute os jogadores de Cabeceirense para conquistar o mundo, muhahaha, e eu quero estar lá nesse dia, para dizer,

Cabeceirense Allez!

Ah, e para quem quiser informar-se sobre este magnífico clube, que é o Atlético Cabeceirense, sempre pode dar um clique aqui. Sem mais delongas, e desejando Boas Festas,

HONÉSIO DEGREDO

09 dezembro, 2006

Data da Apoteose

Esta data, 9 de Dezembro, marca o aniversário de uma peça. Façamos-lhe uma homenagem no Degredo, a convite meu. Uma regressão no tempo, mais precisamente, até há um ano atrás. Aproximemo-nos aos poucos das 9 e meia da noite.

“Que espectáculo – disse Ele – já viste?”

O pátio da Esta – lugar frequentadíssimo pelos jovens estudantes compreendidos nas idades da escola Secundária – tinha um ambiente estranhíssimo; e era, no entanto, mesmo aquele lugar que, durante as aulas, era habitualmente preenchido por centenas de estudantes aos intervalos, a correrem para as aulas, a namorarem, a rirem, a falar. A Esta, vista de cima, tem a forma de um seis – 6 – quadrado; é uma escola simples na sua imensidão de salas mas complexa nos seus eventos, assim como qualquer outra escola.

No meio deste seis encontra-se este pátio e dentro dele uns jardins simples e simétricos; a toda a volta destes as paredes forradas de janelas todas iguais, a darem vista para corredores em todas as direcções. Durante as aulas a Esta é um lugar funcional, habitual; não é difícil de se conhecerem os cantos à casa.

(alguns cantos é que não se conhecem.)

Naquela noite, porém, a situação era diferente. O pátio era iluminado por um holofote e algumas lâmpadas sobreviventes dispostas aqui e ali; os jardins tinham uma tonalidade assustadora e sombria e o chão, de alcatrão e pedra, sólido como nunca parecera antes. Naquele lugar circulavam alguns jovens atarantados; esses jovens são membros do Teatro e não estão nos seus dias. Treinavam à última da hora o texto; tentavam dominar os nervos que alguns dos rapazes convertiam em risos histéricos e algumas das raparigas convertiam em lágrimas.

Ele repetiu o que já tinha repetido.

“Isto é bestial! Esta imagem é mesmo brutal… ali aquela já esteve a chorar e tudo… já viste o que se está a passar aqui? É… paradoxal… espectacular.”

Entre as várias interpretações que se foram dando destes momentos não tão mágicos para alguns, o tempo passava. O tempo corria, implacável; já tinham lanchado; já tinham verificado mil vezes os adereços, já se tinham maquilhado e já tinham ido à casa de banho, já tinham enchido o ginásio de cadeiras da sala de convívio e já tinham circulado até à exaustão. O tempo continuava a passar e havia quem não aguentasse. Os segundos andavam, os minutos saltavam e as horas voavam.

Aquele dia tinha chegado.

“Realmente – respondeu Eu a Ele – espectáculo é a palavra adequada.”

Aquela noite foi uma noite de aventuras e descobertas. Os Desliza ficaram a última hora a consumir-se de nervos na sala dos professores de Educação Física. As raparigas eram consoladas, os rapazes trocavam as últimas conversas antes do que parecia ser o fim do mundo. No quadro dos professores de educação física, por baixo de algumas indicações alusivas ao corta-mato, só havia uma mensagem, carregada a giz branco, que fazia impacto.

Talvez muito menos impacto do que estas palavras fazem num livro, em frente ao leitor que, decerto, vai achar uma calamidade:

“Muita merda.”

Esta frase, no mundo do teatro, quer dizer “boa sorte”. Assim como “parte uma perna”; é daquelas coisas que quem agradece é um homem morto.

Só houve uma pessoa que agradeceu e que quase que não sobrevivia.

O primo de Eu, o Deus Degredo (DD).

O leitor habitue-se a este nome. O DD é daquelas pessoas cuja própria existência é posta em dúvida, tão bizarra que é. É um rapaz tão sociável, tão simpático, tão bem educado e tão amoroso, que a escola em peso o conhece. Muitas destas pessoas tomam-no como um cromo, como um motivo de riso. Ele não se ri dessa maneira de ninguém, embora encontre motivos de riso em muitos mais factos e leve uma vida mais pura, descontraída e saudável do que os outros que se julgam os ostentadores da bandeira dos “Exemplos”.

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DD vai ter uma importância a não menosprezar nesta história e em muitas outras, é bom que o leitor se habitue. Ah, e em letras um pouco menos carregadas, abaixo da supracitada escandalosa mensagem, estava uma outra:

“Montes de merda.”

E porque é que toda a gente se sentia assim? Sem contar com toda a responsabilidade que caía aos ombros dos Desliza, sem contar com toda a gente que andou a falar bem do trabalho dos Desliza e sem contar com as centenas de pessoas que estão ansiosas por ver o espectáculo… não há motivos para ficar nervoso.

Nem sombra deles. Que ideia!

É óbvio que nunca haveria um fim do mundo se este nunca chegasse. E o fim do mundo, de facto, chegou, quando as luzes do ginásio se fecharam e veio a formadora – mesmo em cima da hora, quando até o público já se tinha calado – a correr para abrir a porta do ginásio que dava para o corredor onde os actores se encontravam, já em estado de loucura. Algumas almas aventureiras chegaram agora mesmo da casa de banho e apanharam do chão o sistema nervoso que ficou pelo caminho. As personagens da primeira cena deslocaram-se para a frente e correram.

Ai o coração que não parava.

Ai o cérebro que não pensava.

Correram, rastejando, entre os projectores e tentando evitar os cabos, e entraram, assim, no palco. O público não estava só nas bancadas; para pânico dos actores que se sentiam cada vez mais pequeninos, estava em todo o lado. Estava a toda a volta do suposto, planeado e delimitado palco; os corações dos actores dispararam e, automaticamente, perderam a virgindade em palco.

Nessa peça – que era baseada em três tragédias gregas – fez-se o possível e o impossível. Houve problemas de propagação de voz, houve dificuldades e também quem se magoasse; mas tão rápido como tinha começado acabou. As montagens de cenas, os grupos de apoio, as personagens, as mortes, as ameaças e as concretizações, passou-se tudo de um momento para o outro. Houve quem se esquecesse de tudo o que se passou lá; a ninguém ocorreram brancas.

Houve aplausos. Houve agradecimentos. Foram estrondosos; podiam ter ficado por perceber algumas falas de pessoas mais nervosas ou menos bem colocadas, mas a energia e a união do grupo transpareceu. Estavam todos lá naquela noite tão apoteótica.

Apoteose – colocação de uma pessoa na categoria dos deuses; homenagem grandiosa; cena final de certos espectáculos.

Pode não ter sido para o mundo, mas foi-o para os Desliza. Pelo menos assim está escrito, pelo menos assim ficou registado. Eu,

CAPITÃO DEGREDO

07 dezembro, 2006

Fazendo As Malas

Quaere verum. Procura a verdade. É precisamente o que eu estou a fazer, e esta pesquisa incessante pela verdade fez-me entender que ela não está cá em cima. Nem por sombras, e como quidquid latine dictum sit, altum videtur (qualquer coisa dita em latim soa profunda), digo sem medo que quinon proficit deficit, ou seja, quem não avança, anda para trás. E eu sinto-me a andar para trás na minha doutrina, mas não por muito tempo, podem marcar as minhas palavras, Franziskaner voltará a pisar terra firme.

Estou a planear uma fuga do Além. Suponho que quem ler isto se comece a interrogar; será que é possível a Alguém fugir com sucesso do Além? Bem, creio que há uma primeira vez para tudo, e eu vou ser o primeiro a consegui-lo. O palhaço do Deus Pai nem suspeita… incompetente… porque os meus pensamentos apenas sobrevivem no lado Degredo do meu cérebro, o qual ele não pode pressentir com a sua mente omnisciente que só falha neste ramo, logo, tudo corre ainda como planeado. Só espero que ele não se dê ao trabalho de inspeccionar os blogs, na sua omnipotência tão… omnipotente.

Tenho lido os textos dos meus conterrâneos terrestres, e deixo aqui o meu incentivo aos mais recentes membros do Degredo, o Irmão Degredo, o Sétimo Degredo e o Honésio Degredo. Que se iniciem nesta religião com todo o apoio aqui do Franzy, e, obviamente, da Trilogia. Sejam bem-vindos ao lado divertido, ainda que sério, e sério, ainda que divertido, desta forma de pensar, ainda de viver, e de… ah, vocês perceberam.

Enquanto que o meu reprodutor de média do computador se ocupa com uma das rádios públicas portuguesas, eu olho pelo canto do olho para ver se alguém me vigia. Isto tem sido sempre assim. Já não tenho gosto em estar no Além. O Jesus foi de férias disfarçado de jamaicano, o arcanjo Gabriel foi fazer-lhe companhia com um papagaio das Caraíbas ao ombro, e, pelo que sei, o gajo só diz asneiras do bico para fora.

Aqui no céu, há muitas casas e os diversos aldeamentos cruzam-se e descruzam-se, os jardins confundem-se em estilos, criando maravilhas visuais que apenas se equiparam à imaginação. Já declarei aqui, uma vez, estar bastante aborrecido com tanta perfeição, sim, nem o Céu nem o Inferno são agradáveis, um demasiado perfeito, outro demasiado contrário à tal perfeição. Opus dei, sim, é a obra de Deus. Isto pelo que ouvi, claro, que nunca lá pus os pés, apenas imagino como seja.

Os meus vizinhos no corredor onde durmo são duas personagens bastante peculiares. Nem sei porque Deus Pai nos juntou a todos, porque eu não tenho mesmo nada sequer comparável com estas individualidades. Um deles chama-se Há Mais Nomes. Sim, este é o nome dele, e o dito cujo disse-me que, quando andava na escola…

“Toda a gente me chamava nomes.”

Ou seria Nomes? Isso não interessa muito neste momento. Só sei que o infeliz ficou com este nome tão fora do comum porque quando os seus pais o foram registar, disse o pai,

“O que lhe chamamos, Heim?”

E respondeu a mãe,

“Heim não, Há Mais Nomes.”

E assim ficou Há Mais Nomes. Poucas palavras o conseguem descrever. Os meus amigos repararão, porém, que talvez a única palavra que se aproxime da sua concepção seja mesmo Degredo, e com maiúscula. Ele pode-se situar no aborrecimento total da condição humana. Creio que era de tal forma um módulo, um exemplo e uma direcção no sentido do vago, do puro Nada, que Deus Pai resolveu aproximá-lo de si. Isto porque o Pai sabe bem o que quer.

Deus vobiscum. Que Deus esteja contigo. Ou não, digo eu. Mas voltemos ao nosso amiguinho repelente Há Mais Nomes, bem, muito tentei eu extrair deste homem, que é um misto de coisas absolutamente vazias e por definir. Era espantosa a forma como ele respondia a tudo o que eu lhe inquiria. Eu chegava mesmo até a interrogar todo o meu ser, e a minha capacidade lhe extrair respostas. Perguntava eu,

“Gostas da natureza, Há Mais Nomes?”

E dizia-me ele,

“Nunca me fez mal. Também não impediu que eu acabasse morto, por isso, estou-me um bocado nas tintas para ela.”

“Mas não aprecias tudo o que ela te deu enquanto vivo?”

“Eu sei lá. Do que eu me lembro dela, é que tinha era uns valentes pulmões.”

Aprendi a ter menos vontade de falar com o Há Mais Nomes. Está sempre com cara de enfastiado, entediado, burro da vida, de morte cerebral iminente, decadente em termos de tudo. É do género, eu digo-lhe,

“Isso vai?”

E ele,

“O que é que vai?”

E eu ficava com cara de estúpido, com um polegar levantado, e com um sorriso parvo, a fazer figura de urso durante um segundo que parecia uma eternidade. Aprendendo a todo o instante, e desenvolvendo a minha sapiência, calei-me.

Ah, claro, e ainda há o Latinista, que dorme num outro quarto, no mesmo corredor do Além que eu. Ele é dos gajos mais mortos que eu já vi. Se o outro era vazio de significado, este é morto. Isto porque tudo o que diz di-lo numa língua que… continua morta e bem morta. Um pouco como todos no Além e no Aquém, sim, mas mesmo esses não conseguem comunicar com uma língua morta. É que eu até sou um apreciador destas frases transmissoras de verdades universais, que nos descem desde os tempos e palavras de Platão, Cícero, Horácio, Séneca, entre muitos outros. Coisas simples e bem ditas, célebres e sensatas como, por exemplo, nos disse Darth Vader,

“Luke sum ipse patrem te.”

Mas não é que o Latinista, quando estávamos todos juntos para jantar, diz ao empregado,

“Da mihi sis crustum etruscum cum omnibus.”

E o empregado,

“Quem?”

E eu, que tive a felicidade de aprender latim entre os franciscanos, rio-me do meu amigo Latinista, e traduzo.

“Parece-me que ele quer uma pizza com tudo. O mesmo para mim, e uma cola para acompanhar.”

Aquele Latinista despertou o latim que há em mim outra vez. Não se nota? Raios partam quando o vício nos apanha desprevenidos. Sic, depois de muito investigar (aquele sic quer dizer portanto, não se trata de publicidade espalhafatosa), eu creio que Deus Pai, tendo pouca experiência neste ramo da Existência, citando o Degredo como foco principal, resolveu agrupar-nos para toda a eternidade. E só tenho vontade de lhe dizer bem na cara:

“Sabes que mais? Vai à stercus!”

Mas é claro que não o disse, porque eu é que não sou tolo. Pelo menos para já não o disse, e continuo, óbvia e secretamente, a congeminar o meu plano para me pôr na alheta. Rezem por mim, caros Degredo, e público em geral. Começo a entrever uma saída. Ad infinitum e mais além,

FRANZISKANER

03 dezembro, 2006

A Pérfida Acção



Poucas coisas são, para mim, tão perfeitas como desenhos animados. A realidade dos desenhos animados é um Todo Universo paralelo, onde tudo, e digo tudo sem qualquer tipo de limite físico ou químico, é possível. Torna-se então uma escapatória feliz, que nos permite sair da realidade que nos cerca e assim atingir o deleite fugaz e breve da bidimensionalidade.

Note-se este episódio apresentado, de um desenho animado muito famoso que é as Powerpuff Girls. Bem ao jeito de uma tragédia grega, a acção começa intemporalmente em Townsville, onde um sacerdote do Clown deleita um grupo alegre de crianças numa inocente festa de aniversário. Porém, dá-se a tragédia. Um camião cheio de lixívia surge no horizonte, e por obra do Fatum, corrompe o portador de um leque sem fim de piadas secas.

E nunca tentem degradar um palhaço feliz. Tais acções têm um impacto terrível na ordem essencial do universo, pois são eles que controlam a existência cromática do Todo.

E o episódio continua, num crescendo épico, onde a tragédia e a carnificina passeiam de mãos dadas. No meio do desespero e na infinita melancolia perante um mundo pós-apocalíptico onde o Tide não faz mais sentido, Bubbles, a nova messias, surge no mundo terreno e através de um ritual memóravel, se bem que profano, consegue devolver a ordem no mundo, através da absolvição máxima dos pecados e das expressões faciais rídiculas dos habitantes de Townsville mal ouvem a música, assim evitando o dilúvio. Para além de ser um apelo ao amor e à felicidade, o episódio também é um hino à amizade, pois Bubbles não conseguiria fazer tudo sozinha. Se não fosse o heroísmo sarcástico da Buttercup, nem a liderança sábia da Blossom (que aqui faz o melhor solo de guitarra alguma vez playbackado), o mundo estaria destinado a ser um lugar... descolorido. E isso seria muito mau.

A sério que seria. Imaginem não distinguir um copo de água de um copo de cianeto. Ou então, imagem o Neo a escolher entre um comprimido algo cinzento e um comprimido algo cinzento. Para remetar, como é que seria possível distinguir um Sith de um Jedi, sendo os lightsabers todos iguais? Horrível... Para além da compreensão.

E aqui fica a lição de hoje:


O degredo personificado em lixívia corrompe palhaços felizes.


Com vocês, e hostilmente
Vilão Degredo

02 dezembro, 2006

O Começo Do Tal

Olá. Chamo-me Guilherme e sou o Honésio Degredo, gosto de fazer sketches do Gato Fedorento e jogar futebol, andar de bicicleta e de skate embora não saiba fazer muitos truques.

Sou amigo do Guilherme (grande) e portanto quem quiser saber mais morra porque eu não estou para explicar mais pormenores. Eu sou uma pessoa que já passei por cenas mortais (para as minhas costas) pois um dia trepei a um armário para ver se encontrava o brinquedo que queria, de repente desequilibrei-me e fui me enganchar numa sacas de brinquedos (pode-se dizer que as sacas eram perigosas pois tinham brinquedos mais ou menos afiados). Mas sobrevivi, portanto foi um espectáculo.

O Degredo é a forma expressiva de degradarmos o Tal.

O Degredo só começou a ser usado quando as pessoas começaram a usá-lo (o que era mais do que óbvio). O problema é que as pessoas só ligam a termos mais específicos, tais como “giro” ou “divertido”, isto para as pessoas médias. Para as crianças que se viciam a ver “Morangos com açúcar” ou “Floribella”, é “bué da fixe” ou até “demais”. O termo “Degredo” voltou de novo, hoje, neste século XXI cheio de carros a “banha de porco” ou “ketchup”, ou “mostarda”. Uma certa pessoa viciou pessoas normais para se tornarem servos. Essa pessoa é o nosso bondoso e secante Deus Degredo, e nós, seus servos, somos aclimáveis e todos aqueles que são normais aclimatar-se-iam a este reino.

Todos contrastarão connosco e quando isso tudo acontecer eu, Guilherme, sentar-me-ei numa cadeira de Paços de Ferreira a ler livros infantis e livros com 1000 páginas.

E agora um tema natalício degradante:

O pai natal fabrica kalachnikovs ou bazukas? Isto deu-se há 2 minutos atrás quando as renas do Pai Natal foram encontradas a beber 7-ups e com armas poderosas a matar um por um os duendes do Pai Natal, dificultando assim o seu emprego.

Outro tema. Os duendes do Pai Natal já estão fartos de nunca receber ordenado por mês. Passaram agora a receber de 3 em 3 anos, por isso construíram uma máquina designada por hiper calor global, que vão usar para derreter o pólo norte, não sabendo que estão a ser masoquistas.

E agora, adeus malta, tenham um bom Natal.

Ah, e no dia de Natal não acendam os fogões de sala por favor, não sabem quanto custa o fato do Pai Natal.

HONÉSIO DEGREDO

30 novembro, 2006

Deveras alimentar

Caros visitantes do Degredo, encontro-me num estado deveras lastimável. Na outra semana (finais dela, que se note), encravei uma unha e dois dias antes de recuperar totalmente apanho uma doença relacionada com a vesícula, a dois dias do meu aniversário.

Quem me dera que eu fosse o Sherlock Holmes numa das suas inúmeras aventuras, em que ele fingiu estar doente! Mas nessa história tudo serviu para prender outro “suposto” doente (quiçá mental) e descobre-se que a única pessoa que se encontra doente de momento sou… eu. Apenas eu. Somente eu, idem eu, ibidem EU.

Bem, não há nada como abrir um bom livro e deixá-lo aberto enquanto vemos televisão. Alguém que o arrume! Afinal, quem está doente sou eu!

Mas se tudo correr bem, isto passa-me já hoje. A febre demoníaca que conseguiu abalar o Deus Degredo já se lembrou de acalmar.

Meus amigos, hoje vou falar-vos do crivo de Aristóteles, o único método conhecido para a determinação dos números primos. Só eu para pegar em algo tão óbvio e específico, tal como me dar ao trabalho de criar uma pedra que não possa levantar para me dar ao trabalho de o tentar, mas, voltando ao que realmente interessa, o crivo funciona de forma simples. Exemplificando, pegando nestes números:

1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30.

Para o crivo funcionar temos de tomar conhecimento pelo menos de 4 números primos.

2, 3, 5, 7.

Assim vamos eliminando os múltiplos destes números aos anteriores ficando, passo a passo, assim:

2, 3, 5, 7, 9, 11, 13, 15, 17, 19, 21, 23, 25, 27, 29.
2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 25, 29.
2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29.
2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, deixando-nos com os números primos.

Agora falando do que vai ocorrendo na Póvoa, no dia da minha infeliz indisposição apercebi-me de que a Avenida Mousinho de Albuquerque não tem uma ligação sólida em determinada altura do troço ao lado oposto da vala, para mais como nela têm cavado um buraco os terrenos não estão muito sólidos. Como também tem chovido a avenida assemelha-se a um volumoso canal de esgoto com uma cor mais para o castanho, imaginem porque será. Ainda para mais, agora com todos os cabos de electricidade e de telefone à mostra, parece que estamos dentro de uma gigantesca sala de operações. E quase me esquecia de uma ponte que colocaram provisoriamente, metálica, suja e estúpida, mas que dá bastante jeito.

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É triste isto acontecer.
É triste ver as árvores caírem.
É triste que cada vez mais se ouçam as buzinas,
É triste, mas é preciso, e mudar para melhor, muda-se sempre.

E, meus amigos, encontramo-nos a 30 de Novembro. A dois dias do meu aniversário, termino o texto que encerra o mês! Vem aí o NATAL!

DEUS DEGREDO

PS: Estou a ficar verde na mão!

PS2: Ah, é da caneta.

*Aham, *

DEUS DEGREDO

26 novembro, 2006

O Meio Da Queda

Pois é… eu sou o Pedro, o irmão mais novo do Guilherme. Pronto, esta identificação chega e tenho a certeza que não quererão saber mais sobre mim depois de lerem isto.

A verdade é que não tenho nada para dizer mas estava a tentar cativar a atenção. No outro dia eu ia a passar na rua e sabem o que é que acontece? Nada, estava tudo normal, mas quando virei a esquina sabem o que é que acontece? Completamente nada excepto a parte em que virei a esquina. E esse dia acabou monótono como a maior parte dos dias do tempo enquanto é dia e noite mas mais dia do que de noite.

No dia seguinte, estou na mesma rua e de repente ouço uma voz que reconheço como sendo a minha consciência a dizer:

“Vais cair e magoar-te! Toma cuidado e põe os braços à frente da cara senão ainda te estatelas todo!”

Eu não acreditei e magoei-me. Sabem que mais? Começo a ponderar seriamente a ideia de que quando pensei nisso já estava a meio da queda.

Hmm… sabem, gostava que estivesse alguém a dar sugestões para vos manter a rir ou o meu irmão não deixa isto ir para o Degredo, mas acaba por haver um problema que é o seguinte: se vocês estivessem aqui enquanto eu escrevia, já sabiam as piadas e não teria piada enquanto vocês estivessem a ler e não se estariam a rir, ou seja: o meu irmão já não deixava pôr o texto no Degredo e eu, que quero que vá que texto meu para o Degredo estaria a ficar fulo e a fazer o meu irmão diminuir o seu tempo de vida. Ok, o problema passava a ser o seguinte: quem poderia pôr o texto no Degredo? Supondo que eu pedia a outro membro do Degredo para pôr o texto, ele poderia deixar pôr, não deixar pôr por ter morto o meu irmão ou, pura e simplesmente não saber pôr.

Eu não quero degradar-me no caixão da minha morte sem um texto no Degredo portanto vou ser optimista e esperar que ele aceite.

Voltando à outra conversa, digo-vos: aceitem sempre as sugestões da consciência, ou acabam como eu: todo raspado e cheio de feridas.

Agora vamos ouvir as previsões do tempo de há dois anos na terra do Pai Natal:

“De norte a sul do país vai estar frio acompanhado de frio mais frio.”

E agora vamos às notícias:

“Houve uma revolução de muitos menores que dizem que o Pai Natalício existe, ou se não existe têm de fazer eleger rapidamente um. È pena mas todos os maiores de idade sabem que a trágica verdade que abalou com o mundo é que ele não passa de um sonho.”

O que é, não estão à espera que eu goze com as pobres crianças, pois não?

Espero que com estas notícias a maior parte das pessoas descubra que o Natal é bom, mas só quando se trata de receber, não prendas e prendas, mas prendas, prendas, prendas, prendas e prendas. Um conselho: só dá gosto abrir as prendas quando se está com a família portanto, tentem cravar aos tios ou tias mais próximos prendas ou um Natal em sua casa.

Espero que tenham gostado o meu texto. Em breve, se este texto for publicado no Degredo, talvez eu possa pensar em escrever outro.

SÉTIMO DEGREDO